Laboratório do ITP é referência em análise de detecção da bactéria Escherichia coli em água para consumo humano

07/02/2019
A amostra da água contaminada pela bactéria E. coli apresenta fluorescência ao ser exposta à luz UV
A amostra da água contaminada pela bactéria E. coli apresenta fluorescência ao ser exposta à luz UV

Entre os meses de maio e junho de 2011 o mundo ficou em alerta por causa do surto de infecção pela bactéria Escherichia coli (E. coli). Naquele ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou mais de 1.800 casos nos Estados Unidos e Europa, e 18 mortes, principalmente na Alemanha, o que levou o Ministério da Saúde do Brasil a emitir a recomendação para que os brasileiros em viagem internacional não comessem alimentos crus, sobretudo vegetais e produtos de origem animal. Esse problema, que causou pânico mundial, foi provocado pelo subtipo mais virulento da bactéria, chamado de E. coli enterohemorrágica, que causa cólicas abominais severas e forte diarreia, inclusive com a presença de sangue, e que, em pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas imunodeprimidas pode evoluir para um quadro grave ou até mesmo fatal.

No Brasil, os registros mais recorrentes são dos casos simples da bactéria, embora não haja contagem deles, já que as consequências da ‘ingestão’, geralmente infecções gastrointestinais ou intoxicações alimentares, não são de notificação compulsória por parte do sistema de saúde. Porém, o Ministério da Saúde, no Anexo 20 da Portaria de Consolidação, exige a realização de análise microbiológica de coliformes totais e fecais em águas tratadas para consumo humano. O MS também exige a mesma postura por parte dos que fornecem alimentos, sejam ou não industrializados.

A Escherichia coli é uma bactéria pertencente à microbiota gastrointestinal do humano e de outros animais, porém, fora desse ambiente torna-se um microrganismo patogênico e a ingestão dele pode causar diversas infecções intestinais e intoxicações alimentares. Uma das formas de contágio é por via fecal-oral, que acontece quando alguém consome alimentos ou bebe água contaminados por micropartículas de fezes.

Paloma Santos é a RT do LAM, onde são feitas as análises para detecção de contaminação por E.coli

Em Aracaju, os testes qualitativos ou quantitativos para a detecção de Coliformes Totais e Escherichia coli em água tratada são feitos no Laboratório de Análises Microbiológicas do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (LAM/ITP), cujas análises realizadas atendem às exigências regulatórias e seguem os padrões estabelecidos pela APHA, AOAC e ISO. Em 24h, de acordo com a Responsável Técnica do Laboratório, a biomédica Paloma Cristina Santos, o resultado é liberado. “Após os testes, se a amostra analisada estiver com coliformes ela ficará com uma coloração amarelada, e se houver E. coli, quando exposta à luz UV, a amostra produzirá fluorescência. Esse controle de qualidade define o índice de contaminação e indica que a água analisada está imprópria para consumo humano”, explicou Paloma Cristina Santos.

Amostra da esquerda (com líquido transparente) não está contaminada. A amostra da direita (com cor amarelada) está contaminada por Coliformes

Ela comentou, ainda, que embora o Anexo da Portaria de Consolidação do MS defina apenas alguns grupos como obrigatórios para a realização periódica dessas análises, é interessante que locais que ofereçam água e alimento em grande quantidade, e de maneira coletiva, a exemplo de escolas, hospitais, clínicas e condomínios, também realizem os testes de forma preventiva, uma vez que a E. coli não é contraída apenas pela água, mas, também, através da manipulação de alimentos por alguém que não tenha higienizado bem as mãos após usar o banheiro.

“Por isso, informar sobre a rotina do estabelecimento é importante na hora de contratar a realização da análise, pois, às vezes é necessário não somente o teste da água que está no reservatório, por exemplo, mas das mãos de quem manipula os alimentos na cozinha, do próprio alimento, da tubulação que leva o líquido da caixa d’água até a torneira e, para cada situação desta será aplicado um método específico. Sempre conversamos com os clientes para orienta-los sobre todos os aspectos da situação na qual ele está inserido”, explicou a responsável técnica do laboratório de prestação de serviço.

Para finalizar, ela lembra que cuidados básicos como lavar as mãos antes e após usar o sanitário; cozinhar bem os alimentos e em temperatura acima dos 70°C; guardar cuidadosamente a comida e beber água potável são fundamentais para evitar a contaminação por E. coli. Mais informações sobre este tipo de análise ou outras realizadas pelo ITP podem ser obtidas pelo telefone (79) 3218 2230 ou pelo e-mail: negocios@itp.org.br



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