ITP possui um dos melhores e mais completos Microscópios de Força Atômica da América Latina

11/11/2019
Dra. Juliana Faccin e Dr. Cássio dos Santos
Dra. Juliana Faccin e Dr. Cássio dos Santos

Realizar a leitura, com o máximo de precisão, de superfícies de materiais cristalinos, amorfos, condutivos ou não condutivos, e de sistemas orgânicos em escala atômica é extremamente relevante para quem trabalha na área de nanotecnologia. Esta gama de serviços é conseguida com o uso do Microscópio de Força Atômica (AFM), equipamento que permite ao cientista ver o “mundo” em escala nanométrica e, desta forma, descobrir características morfológicas, de rugosidade, espessura de filmes em substratos e imagens de superfícies imersas em líquido.

Desde o ano de 2013 que o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) possui este equipamento, graças a um convênio de cooperação com o CNPq, coordenado pelo pesquisador Dr. Cláudio Dariva. Neste ano de 2019, após a acoplagem de novos módulos e acessórios, resultado de um termo de cooperação entre o Instituto e a Petrobras, o AFM existente no ITP passou a ser o mais completo de toda a América Latina dentro do escopo da empresa que fornece o equipamento, uma japonesa com 144 anos de existência e que atua no Brasil desde o ano de 1988.

“Com este microscópio é possível fazer medidas de até 0.2 nanômetros, ou seja, conseguimos ver o que chamamos de ‘nanoworld’ graças a um scanner que opera em escala nanométrica. O equipamento que o ITP possui é considerado o mais completo da América Latina dentro do nosso portfólio porque a ele estão acoplados uma câmara de vácuo, um acessório que permite realizar imagens em meio líquido e, também, módulos de operação específicos para amostras magnéticas e/ou condutoras”, explicou o Dr. Cássio Eráclito dos Santos, físico e técnico responsável pela montagem do equipamento no Brasil e exterior.

Com a câmara de vácuo os pesquisadores do ITP têm a possibilidade de manter o ambiente onde a amostra está localizada em diferentes atmosferas, ou seja, é possível realizar análise sem que haja interferência do ambiente externo, pois, a depender do material em questão, esta “interação” pode influenciar o resultado da imagem. “A partir do momento que podemos fazer vácuo no sistema surge a possibilidade de manipular a atmosfera de trabalho pela adição de um determinado gás e, assim, manter a amostra inerte”, explicou a Dra. Juliana Faccin de Conto, pesquisadora do ITP que atua no Laboratório de Síntese de Materiais e Cromatografia (LSINCROM).

Devido à grande versatilidade, como informa a Dra. Juliana Faccin, será possível desenvolver estudos mais aprofundados em escalas moleculares nas mais diversas áreas de pesquisa, como no desenvolvimento de materiais, análises biológicas e de petróleo, dentre outras. “Além de nos proporcionar altíssima resolução de imagens topográficas, o AFM também permitirá estudar a força de interação que estaria agindo entre partículas ou moléculas”, explicou.

Outra vertente do AFM, de acordo com a pesquisadora, é produzir imagens topográficas em diversos ensaios científicos. Já foram realizadas topografias de fio de cabelo para um trabalho desenvolvido no Laboratório de Biomateriais, em parceria com as Dras. Juliana Cordeiro e Francine Padilha; e no desenvolvimento de materiais fotocatalíticos suportados em esponja vegetal e filtros de poliéster, pesquisa feita em parceria com a Dra. Silvia Egues, do Laboratório de Síntese de Materiais e Cromatografia. Também já foram realizadas outras pesquisas, como a determinação da topográfica e rugosidade de membranas biodegradáveis, e a observação de rompimento de filmes bacterianos.

O técnico da empresa responsável pela montagem do AFM e capacitação dos pesquisadores confessou estar muito impressionado, positivamente, com o Instituto de Tecnologia e Pesquisa. Segundo ele, dentre os vários motivos está o fato de ser uma instituição do Nordeste do Brasil sem finalidade de lucro e, mesmo assim, ter um parque tecnológico com equipamentos do mais alto nível, assumindo posição de vanguarda na pesquisa científica e inovação tecnológica no país.

“Vi, aqui no ITP, equipamentos de alta tecnologia e o AFM é um deles. E o mais legal disso tudo é perceber que esses aparelhos estão sendo utilizados, também, para a formação de recursos humanos, de mão-de-obra não só especializada, mas, específica, que atuará para o desenvolvimento do país. O Instituto de Tecnologia e Pesquisa tem formado massa crítica e é disto que o Brasil precisa”, concluiu o Dr. Cássio dos Santos.



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