Após três meses de aprendizado e experimentos no Instituto de Tecnologia e Pesquisa-ITP, a doutoranda em Engenharia Química da UNICAMP na área de termodinâmica, Fernanda Paludetto Pelaquim Almeida, concluiu a pesquisa de sua tese sobre a utilização de solventes verdes para captura de CO2 a altas pressões para evitar a formação de hidratos na indústria de petróleo offshore.
“Tenho buscado uma aplicação desses solventes na área de petróleo, na inibição de hidratos ou na desidratação do gás natural. Buscamos utilizar alguns solventes diferentes do que são utilizados hoje na indústria petrolífera, tanto na desidratação do gás natural quanto na inibição de hidratos de gases, responsáveis pelo entupimento de dutos industriais, que causam perdas financeiras significativas, bem como a interrupção na cadeia de produção, distribuição e transporte”, explica a mestre em Engenharia Química, Fernanda Paludetto.
De acordo com Paludetto, em testes iniciais, em pequena escala, feitos no Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (NUESC/ITP), foi possível avaliar a transferência de massa dentro de uma célula de equilíbrio de alta pressão.
“Os inibidores químicos, usados para evitar a formação de hidrato de gases, apesar de eficientes, são compostos de alto valor e de difícil recuperação. Nesse sentido, direcionamos nossa pesquisa para buscar solventes alternativos, que neste caso são formados através de mistura de até três componentes de alta pureza e baixo custo, que podem ser produzidos em larga escala e são biodegradáveis”, pontua.
“A parte mais desafiadora do meu trabalho, consegui realizar no ITP. Por ser uma área nova para mim e para as minhas orientadoras, a expertise dos docentes e a infraestrutura do Instituto me possibilitaram avançar e concluir minhas pesquisas”, completou.
A orientadora, professora doutora em Engenharia de Alimentos, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Irede Angela Lucini Dalmolin, revela que a doutoranda estava com alguns entraves na parte experimental para determinação dos dados da tese, por conta de limitações de equipamentos.
“No ITP avançamos com as respostas analíticas, conseguimos mais do que tínhamos desenhado à princípio, justamente por conta da estrutura que o Instituto fornece. Já tive oportunidade de visitar outras universidades, públicas e particulares - nacionais e internacionais - e o ITP não perde, em nada, para essas instituições”, afirma.
Para Gustavo Borges, pesquisador do Instituto de Tecnologia e Pesquisa e docente do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Processos da Universidade Tiradentes (PEP-Unit) a parceria com outras Instituições de Ensino Superior amplia e oferece novas possibilidades de aplicação dos sistemas estudados, inclusive em outras áreas da cadeia produtiva de petróleo.
“Conseguimos vislumbrar novas aplicações para esses solventes. Um problema foi investigado, e no final, saímos com novas possibilidades de interação e de investigação. O que é bom para os dois grupos de pesquisa”, salienta Borges.
“Faz parte da pós-graduação e pesquisa de qualidade, colaborar. As parcerias entre grupos de pesquisa são importantes porque ampliam a colaboração entre os laboratórios, o compartilhamento das estruturas e dos conhecimentos. O mecanismo de ação dos programas de pós-graduação é essa cooperação”, finaliza o professor Cláudio Dariva, pesquisador do Instituto de Tecnologia e Pesquisa.
