O Laboratório de Biomedicina Molecular (LBM) do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) tem se destacado em pesquisas na área de biotecnologia industrial. Com foco em microrganismos, fungos e bactérias, os pesquisadores têm trabalhado em projetos com características inovadoras, que visam soluções para problemas ambientais e desenvolvimento de novos materiais.
A pesquisadora do instituto, Professora Doutora Lucila Hernández, explicou em entrevista, alguns dos objetivos. “Isolamos microrganismos, fungos e bactérias de ambientes como manguezais da região para investigar seu potencial biotecnológico. Uma das linhas que seguimos é a utilização para a biorremediação de ambientes contaminados com agrotóxicos. A outra linha é a produção de nanomateriais, utilizando microorganismos e resíduos associados produzidos aqui na região de Sergipe”, disse a pesquisadora.
Além disso, para identificar os microrganismos, realizam trabalhos de biologia molecular, incluindo a extração de DNA e o sequenciamento do mesmo. “Realizamos análises proteômicas para avaliar melhor os metabólitos que esses microrganismos estão produzindo e para avaliar as proteínas”, completou Lucila.
A professora da UNIT e orientadora de alunos do programa de pós-graduação em Biotecnologia Industrial, Professora Doutora Sona Arun Jain, também falou sobre o trabalho desenvolvido no laboratório. “Também estamos trabalhando com a produção de pigmentos. Juntamente com os alunos, isolamos bactérias que produzem pigmentos e, agora, estamos analisando quais são esses pigmentos. Será que podem ser utilizados na área alimentícia ou até mesmo como antimicrobianos? No entanto, para chegar até aqui, ainda precisamos saber quais são esses pigmentos, como podemos melhorar a produção deles e, somente depois disso, podemos chegar à sua aplicação”, explicou a pesquisadora.
Entre os alunos de pós-graduação que atuam no laboratório, destacam-se os trabalhos de Isabella Miranda e Esther Santana. Isabella explicou que seu projeto de tese consiste na obtenção de um filme para a indústria de alimentos, que é produzido a partir da fibra do coco. “Dessa forma, estaremos atribuindo valor agregado à fibra do coco e desenvolvendo um filme para aplicação na indústria de alimentos. Essa ideia surgiu em conjunto com minha orientadora, a professora Lucila, ao observarmos que o coco em si é frequentemente descartado de maneira inadequada, causando impacto ambiental. Decidimos, então, atribuir valor agregado a essa fibra”, contou a aluna de doutorado.
Já Esther Santana, também aluna de doutorado, trabalha com o desenvolvimento de biossensores de DNA para a área alimentícia, "Atualmente, em meu doutorado, trabalho com o desenvolvimento de biossensores de DNA para a área alimentícia. O principal objetivo do nosso trabalho é utilizar recursos provenientes da região Nordeste e torná-los aplicáveis para a indústria. Me sinto muito grata em poder contribuir com a ciência e com a região Nordeste por meio da pesquisa realizada no LBM do ITP." disse.
Um dos focos dos projetos realizados no LBM é a obtenção de um produto ao final de cada mestrado e doutorado. Com essa perspectiva, a equipe de pesquisadores do ITP segue desenvolvendo trabalhos de pesquisa inovadores e aplicáveis, contribuindo para a ciência e para a região Nordeste do Brasil.
