Nuesc/ITP completa 15 anos de intensa contribuição à ciência sergipana

13/02/2025

Um espaço de desenvolvimento de tecnologias e de formação de recursos humanos para as áreas de exploração e produção de petróleo, gás e biocombustíveis. Assim pode ser definido o Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais (Nuesc), ligado ao Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), que comemorou 15 anos de fundação no último dia 8 de fevereiro. Inaugurado em 2010, ele se consolidou como um dos mais importantes núcleos de pesquisa científica do Estado, servindo de instrumento para a formação de profissionais de alta qualificação para o mercado local e nacional, em colaboração com os programas de pós-graduação stricto sensu da Universidade Tiradentes (Unit),

Ao longo destes 15 anos de atuação, entre 2010 e 2024, foram formados no Nuesc um total de 76 mestres, 37 doutores e 19 pós-doutores. Adicionalmente, mais de 150 alunos de graduação desenvolveram atividades em projetos de Iniciação Científica (IC). 

“Quando se vislumbra a empregabilidade, os pesquisadores egressos do Nuesc encontram posição como professores em institutos federais, universidades e pesquisadores em grandes centros de pesquisa em diversas regiões do país. Vários dos nossos ex-alunos, mestres e doutores, estão atuando em empresas públicas e privadas do setor de energia. Outros estão conseguindo colocação em universidades e centros de pesquisa no exterior. Os pesquisadores formados pelo Nuesc e pelos programas de pós-graduação stricto sensu da Unit saem muito bem formados e se inserem rapidamente no mercado”, destaca o professor Cláudio Dariva, coordenador do Nuesc e docente do Programa de Engenharia de Processos (PEP).

Durante os 15 anos de trabalho do Núcleo, 55 projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) foram realizados pela equipe do núcleo. Estes projetos e convênios, que conjuntamente ultrapassam o valor de R$ 80 milhões, foram financiados por empresas e agências nacionais de fomento, a exemplo da Petrobras, Petrogal, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior) e Fapitec/SE (Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Estado de Sergipe). Além de uma estrutura de excelência, os recursos fomentam o desenvolvimento de teses e dissertações nos programas de pós-graduação da Unit, gerando como produto o depósito de 33 patentes, sendo oito patentes concedidas, e mais de 150 artigos científicos publicados em periódicos de renome internacional.

A atuação do Nuesc vem aprimorando a qualidade das atividades de pesquisa e desenvolvimento da Unit, auxiliando no reconhecimento da comunidade nacional e na obtenção de notas elevadas de seus programas de pós-graduação obtidas nas avaliações periódicas da Capes: o PEP e o PBI (Programa de Biotecnologia Industrial) obtiveram nota 6 na última avaliação, sendo considerados de excelência internacional. “O Nuesc é um braço forte que vem contribuindo decisivamente para o crescimento e a melhoria da qualidade dos programas de pós-graduação da Universidade. A cada avaliação da Capes, nossos programas de pós graduação sobem de nota e isso certamente tem a colaboração das atividades que são feitas dentro do laboratório e de sua infraestrutura de ponta”, cita Dariva, acrescentando que boa parte destes trabalhos foram demandados e aplicados por empresas e órgãos do setor. Um indicativo de que os produtos e conhecimentos gerados no Nuesc/ITP geram impacto na comunidade.

Atualmente, o corpo técnico que atua no Nuesc gira em torno de 60 pesquisadores. Além de seis professores do PEP/Unit (Cesar Costapinto, Claudio Dariva, Elton Franceschi, Gustavo Borges, Juliana de Conto e Silvia Egues), as equipes compostas por 15 pós-doutores, nove doutorandos, 15 mestrandos, dois técnicos e 13 alunos de graduação estão desenvolvendo atividades de P&D nas dependências do Nuesc. “É uma área de tecnologia de ponta e que tem dado abrigo aos nossos programas do stricto sensu, assim como a várias outras áreas da pós-graduação que utilizam permanentemente o ITP como um ambiente de pesquisa, de experimentação e de comprovação das suas hipóteses, para formar suas dissertações e suas teses muito bem balizadas. O Nuesc tem um papel importantíssimo no ITP, mas que vai além do próprio ITP, na medida em que atua na formação dos nossos alunos”, ressalta o presidente do ITP, Paulo do Eirado Dias Filho.

Atualmente, outros 10 projetos estão em andamento, com foco no desenvolvimento de tecnologias inovadoras para produção e processamento de energia em sistemas pressurizados. De acordo com Dariva, os projetos se dividem em três grandes linhas de pesquisa. A primeira é focada na caracterização de fluidos e de processos na área de óleo, gás e biocombustíveis. A segunda é voltada à análise de processos à alta pressão, como reservatórios de óleo e gás, e desenvolvimento de sensores para monitoramento de processos. E a terceira é focada na transição energética, incluindo a captura e conversão de gás carbônico (CO2) e a produção de biocombustíveis sustentáveis a partir de biomassas da região Nordeste, abrangendo também o uso de resíduos urbanos e agroindustriais.

Como surgiu

O Núcleo surgiu a partir da união de três laboratórios do ITP que trabalhavam com estudos envolvendo óleo, gás e biocombustíveis: o de Engenharia do Petróleo, o de Termodinâmica Aplicada e o de Sistemas Coloidais e Dispersões. Em 2008, a partir da iniciativa governamental para estruturar centros de pesquisa e inovação em todo o país, foi apresentado pelo ITP, sob a coordenação dos professores Alexandre Ferreira, Claudio Dariva e Montserrat Fortuny, um projeto de criação do núcleo que seria dedicado a estudos sobre sistemas coloidais de petróleo, desenvolvimento de processos para processamento de biomassa e formação de micro e nanopartículas.

O projeto do Nuesc contou com uma importante parceria entre a Unit, o ITP, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), que investiram em um bloco de 1.080 m² no Campus Farolândia, construído entre o final de 2008 e o início de 2010. “Na hora em que foi separado o local, a Petrobras colocou 500 metros quadrados de área e o professor [Jouberto] Uchôa, numa visão de futuro, chegou junto e botou mais 500 metros no primeiro andar, financiado totalmente pela Unit. Foi uma parceria que deu certo, uma obra rápida e que satisfaz tanto a gente quanto ao parceiro, porque foi uma verba empenhada e uma verba vista à obra com os equipamentos, além de um ambiente muito favorável à pesquisa rápida”, lembra o professor Marcos Wandir Nery Lobão, diretor de relações institucionais da Unit.

O bloco recebeu os três laboratórios iniciais, que passaram a executar pesquisas e projetos financiados pela ANP, pela Petrobras e pelo CNPq. Não tardou para o surgimento de parceiros com novos projetos e convênios que aprimoraram e ampliaram a estrutura e capacidade do Nuesc. Entre eles, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Capes, a Fapitec/SE e empresas do setor, como a Braskem, a Suape Energia (termelétrica sediada em Pernambuco) e a Galp (companhia de petróleo, gás e energia de Portugal).

“A gente começou a ter sucessivamente projetos de pesquisa e desenvolvimento dentro dessa estrutura, e desde a sua implantação o Nuesc sempre teve, sem hiatos, convênios sendo desenvolvidos. A estrutura do centro foi se consolidando e  a carteira de financiadores e de apoiadores do laboratório foi sendo cada vez mais incrementada”, cita o professor Dariva.

As atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas no Nuesc permitiram também o estabelecimento de parcerias importantes com outras instituições de ensino e pesquisa fora de Sergipe. No Brasil, as principais que mantém colaboração ativa com o Nuesc/ITP são a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e as universidades federais de Sergipe (UFS), da Bahia (UFBA), do Ceará (UFC), de Santa Catarina (UFSC), do Paraná (UFPR), do Rio de Janeiro (UFRJ) e de São Carlos (UFSCar/SP), além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Já no exterior, essas colaborações são com universidades de Portugal, da Espanha, da França, do Canadá e dos Estados Unidos.

“Tudo isso engrandece e demonstra a nossa capacidade técnica que só faz ter aprovação e crescer, na medida em que os convênios estão cada vez mais batendo na nossa porta. Realmente, é um trabalho importantíssimo que o Nuesc faz e que serve de exemplo para todos os demais programas de pós-graduação, não somente na qualidade do ensino e da produção acadêmica, mas também da relação com o mercado”, afirma Eirado.



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