O Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) desenvolveu uma membrana que ajuda na cicatrização de feridas a partir da planta Barbatimão. O projeto, desenvolvido pela Dra. Maria Cecília Mendonça, doutora em saúde e ambiente, e pela Dra. Juliana Cordeiro Cardoso do Laboratório de Biomateriais no ITP, resultou em um produto patenteado que pode ser utilizado no tratamento de feridas crônicas, como úlceras diabéticas.
A Dra. Maria Cecília descobriu as características curativas da Barbatimão após experimentar as propriedades cicatrizantes da planta em sua própria incisão cirúrgica. “Eu fiz uma cirurgia e a minha cicatriz teve uma deiscência, ela abriu. Então uma pessoa falou dessa planta, dizendo que ela era altamente cicatrizante. Então eu trouxe essa ideia para o ITP, que foi abraçada pela Dra. Juliana Cordeiro, e nós desenvolvemos esse projeto, que é fruto do meu doutorado.”
As habilidades cicatrizantes da planta inspiraram-na a desenvolver uma membrana que promove a cicatrização e o fechamento de feridas em menos tempo, além disso, é 100% absorvida pela pele, sem necessidade de efetuar trocas, mantendo a umidade necessária que auxilia no processo cicatricial. A membrana foi desenvolvida em colaboração com a Dra. Juliana e uma equipe de pesquisadores e estudantes de pós-graduação.
O projeto recebeu o apoio da agência de inovação do ITP, que ajudou a patentear o produto e validá-lo como um material inovador de cicatrização de feridas. De acordo com a Dra. Juliana Cordeiro, o desenvolvimento da membrana foi um trabalho em conjunto, “É um trabalho árduo, que envolve instituições diferentes, envolve muitas pessoas, muitos alunos, envolve a formação de pessoas e envolve os pacientes também.”
O diretor-presidente do ITP, Paulo do Eirado, destacou a missão do instituto de aproximar a academia, a sociedade e o mercado, com foco na pesquisa de pós-graduação,“A finalidade do nosso instituto é fazer essa aproximação, fazer uma mediação entre a sociedade, o mercado, a área produtiva de um modo geral e a academia, através especialmente da pós-graduação de stricto sensu, de forma a dar vida a essas pesquisas, trazer bem para a sociedade. Então é um trabalho que nós fazemos aqui de estar a todo instante buscando fazer a leitura das demandas e das situações problemas existentes na nossa comunidade e, paralelamente, encontrar soluções através dos nossos pesquisadores, através dos nossos pós-graduandos, de forma a trazer sempre algo brilhante, inovador, ter patente registrada, fazer tudo à luz da norma, dos protocolos corretos.”, disse.